Sexta-feira passada eu tive uma prova de Humanas e, para a minha satisfação, caiu uma questão de História sobre a Guerra do Paraguai assim:
* Caracterize a economia do Paraguai às vésperas do conflito.
Eis a minha resposta:
* À vésperas do conflito, o Paraguai encontrava-se com a economia bem atrasada, pois o país era precário em termos industriais e vivia a base de agricultura, onde 90% das terras pertenciam aos Lopez. Ou seja, a economia estava pior ainda que atualmente.
Se sou insana? Não, não sou. O que eu respondi não foi minha invenção, mas apenas a verdade que os (malditos) livros didáticos ainda não aderiram. Deixe-me explicar: aquela história que o Paraguai era um país em grande desenvolvimento, a maior potência da América do Sul, uma nação independente etc., é mentira. Em 1968, o historiador e militante político argentino Léon Pomer lançou um livro chamado “Guerra do Paraguai: Grande Negócio”, que foi o primeiro a implantar essas ideias. Depois, em 1979, surgiu a versão brasileira, chamada “Guerra do Paraguai: Genocídio Americano”, de Júlio José Chiavaneto. Estes dois livros, digo, “obras ficcionais”, são responsáveis por todas as concepções atuais que temos sobre o conflito, pois influenciaram praticamente todos os livros didáticos de história e geografia.
O historiador e diplomata brasileiro, Francisco Doratioto, lançou em 2002 o livro “Maldita Guerra”. A obra foi escrita com base nas pesquisas feitas por Doratioto, onde ele desmente todas as histórias contadas pelos livros anteriores: o Paraguai era um país rural, latifundiário, atrasado, opressor, burocrático, entre outros vários fatos que não entram na questão da prova que eu fiz. E deixando bem claro que o historiador buscou todas as informações em fontes primárias, coisa que muitos educadores não parecem conhecer.
Contudo, a versão atual e verdadeira da Guerra do Paraguai não predominou até agora nas escolas e, infelizmente, continuamos sendo enganados com uma ficçãozinha tendenciosa dos anos 60 e 70.
E agora eu me pergunto: será a minha resposta considerada errada por eu não ter omitido a verdade e não ter escrito o que a professora queria ler? Creio que sim, mas eu não estou precisando de nota em História mesmo. E sejamos francos: nada mais saboroso do que tirar uma socialista do sério com uma simples verdade.
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